As medidas de isolamento social e restrições a fechamentos de comércios e empresas têm afetado a renda de empresários e trabalhadores brasileiros. Para tentar amenizar as perdas financeiras, o governo trabalhou linhas de injeção de renda e crédito em três frentes, auxiliando pessoas físicas, empresas, estados e municípios. No entanto, para a professora de economia da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio, Michele Nunes, neste cenário de incertezas é preciso também se preparar para o que virá após a pandemia.
“Uma série de novas medidas está sendo tomada, e já estamos superando algumas dificuldades, mas o futuro deve ser igualmente analisado com cuidado. O mercado de trabalho e, portanto, a renda gerada é um dos últimos setores a reagir após uma crise. Os desafios enfrentados pelo Brasil não acabarão quando cessar a transmissão da Covid-19. Para o futuro, será necessário se reinventar e se acostumar ao “novo normal” em forma de convivência e em funcionamento do mercado”, analisa.
Veja, a seguir, as dicas da professora de economia da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio, Michele Nunes, para o período de pandemia:
Atualize seu negócio já existente para uma plataforma digital. Caso seja funcionário de alguma empresa, essa opção também pode ser utilizada, com a adoção de um trabalho híbrido ou totalmente remoto.
Caso não domine o uso de plataformas digitais, invista em associações temporárias com essas empresas.
Caso não tenha um negócio e não tenha mais um emprego formal, liste habilidades e especialidades para encontrar novas formas de realizar serviços.
Busque diversificar a carteira. Tenha, se possível, mais de uma fonte de renda. Mais de um trabalho ou investimentos futuros podem.
Leve sempre em conta as necessidades que o cenário pede. Durante a pandemia destacam-se os serviços essenciais (produtos do setor alimentício, limpeza e higiene têm tido prioridade no consumo das famílias). Após a pandemia, todos os setores demandarão uma nova forma de venda, mais conectada e com um novo perfil de consumidor.
Como empresário: devido à queda de renda, os consumidores irão demandar bens e serviços mais baratos. Portanto, é o momento de apresentar novos produtos para o mercado. Para abraçar esta oportunidade, é fundamental um investimento mínimo em inovação (que agregue alguma diferenciação no produto) e em marketing digital. E como o mundo não será o mesmo após a pandemia, as novas preferências dos consumidores irão exigir soluções logísticas e de higiene que não coloquem em risco a saúde do cliente.
Como consumidor, organize as finanças pessoais, para estar protegido em casos de emergência. É sempre importante, numa pandemia ou não: comprar só o necessário e nada de modismo, comprar à vista ou fazer o pagamento total do cartão de crédito, deixar para um momento “mais leve” os gastos supérfluos como viagens, e, sempre, manter uma reserva de dinheiro, mesmo que pouca.
Para os consumidores: É importante definir prioridades para os pagamentos. Primeiramente, o indivíduo precisa alocar parte da sua renda para despesas com alimentação e saúde. Depois busque o pagamento das despesas da casa (luz, gás, água, condomínio e aluguel). Caso o indivíduo já esteja deficitário, negocie com os credores (tenha uma atenção maior com as dívidas com taxas de juros mais elevadas). Negociar é sempre mais vantajoso do que a suspensão do pagamento.
Nesse “novo mundo”, o supérfluo não tem espaço. Se desfaça (venda) daquilo que não precisa mais e faça uso consciente de seu consumo e hábitos diários.
A Universidade Presbiteriana Mackenzie está entre as 100 melhores instituições de ensino da América Latina, segunda a pesquisa QS Quacquarelli Symonds University Rankings, uma organização internacional de pesquisa educacional, que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação.
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